domingo, 11 de dezembro de 2022

 Tell me how you love me 
I’ll tell you how to fix it 
My mind is not available 
My heart is a mystic

I hope you find love somewhere
Where love can be found
But you wouldn’t look for water 
In a lifeless ground 

I hope you caress her face
I hope she fixes your hair
Because in the hardest days
I know I couldn’t be there

When you find a lover
Tell me, I care to know
Besides the fact that I’m not available
My heart still hopes you don’t go

But please don’t wait on me,
I feel like I could hurt you
And I don’t believe in all the shit
They say that love can do

When the storm is gone,
And I finally see clear
I will call you up, and tell you
How I wish you were here

But I hope that I smile
When you tell me you moved on,
And you found the right one
because I know I would be the wrong
 (oldie)

 Tenho medo de nunca recuperar completamente essa parte de mim. 

De haver sempre esta zona cinzenta, esta atmosfera sufocante que me tira todas as forças quando me tento aproximar.

Não vou dizer que a terapia foi fácil, obviamente houve momentos difíceis, e apesar de me ter ido abaixo umas tantas vezes, sinto-me vitoriosa da maioria do percurso. Mas nada me particularmente assustava.

Eram coisas que eu, de uma forma ou outra, já tinha ponderado, já tinha analisado, já tinha escrito sobre. 

A minha postura agressiva como resposta á minha sensibilidade, a minha necessidade de afirmação, de me superiorizar, sendo tudo isto balelas e mecanismos de defesa. A minha relação feia e violenta com o meu pai. A minha relação triste e difícil com a minha mãe. A minha relação tóxica com a minha depressão.

Foram tudo batalhas por si, tudo regiões sombrias do meu cérebro, e sinto-me tão terrivelmente melhor agora. Sou mais feliz, ultrapassei uma depressão com que vivi durante anos, a minha ansiedade está muito mais controlada, até a relação que tenho com a minha família é mais saudável.

Mas há uma coisa, que eu sei que existe dentro de mim, que me arrasa completamente, tira-me todo o controlo, e é um peso gigante que carrego ás costas e constantemente me complica a vida, que ainda não estou pronta para ver. 

É paralisante, o meu coração acelera e a minha cabeça começa a andar a roda, apetece-me vomitar, fugir e esquecer, só quero esquecer. Mas mesmo quando esqueci, nunca me abandonou.(amnésia dissociativa)

Eu podia ir direta ao assunto e dizer que fui violada pelo meu melhor amigo quando tinha 14 anos. Mas isso não contextualiza a dimensão e o peso do que existe dentro de mim. O medo, a insegurança e uma raiva gigante. Já fantasiei a espancá-lo até vê-lo inanimado no asfalto, porque de certa forma, é assim que me sinto. Incapaz de reagir.

Pensei que talvez se fosse capaz de escrever sobre isto, talvez fosse capaz de abordar o assunto em terapia, talvez fosse capaz de não entrar em pânico, talvez pudesse finalmente começar a recuperar. Mas o quão alienada me sinto neste momento, apenas por escrever isto, que não traduz 1% daquilo que corre na minha cabeça e no meu peito, é desmotivador. Não sei o que fazer. Portanto farei o que faço melhor quando não sei o que fazer, escrever.

Não estou sozinha quando escrevo, escrever é ter uma conversa contigo mesmo, mas havendo desassociações tão grandes de mim, estou a falar com uma sala cheia. Se perder a força, se parte de mim não aguentar escrever mais, vem outra parte, continua, esmiuça, analisa e obriga-me a refletir, mesmo que eu, sendo eu quem quer que eu seja, não o consiga.

Não sei o que mais me assombra. A experiência que foi o evento traumático, ou a forma como o concilio que há dentro de mim, decidiu que era algo pesado demais para eu lidar, e simplesmente escondeu-me isso. Já não sou uma criança de 14 anos, e não sei se a paz que estou a sentir agora é porque alguma parte de mim tomou o controlo e meteu a outra parte de mim, mais delicada, a descansar um bocado. Porque eu sei que isto não passou, nada na minha vida passou assim por magia apenas por escrever um texto sobre isso. Portanto isto não é diferente, a paz que sinto agora é falsa, é distante.

Mas ao menos estou a ser capaz de tirar isto da cabeça e metê-lo na mesa. E não tem de ser a minha parte sensível a fazê-lo agora, que estou desamparada, essa parte deverá sem dúvida estar presente na consulta, estar presente na vida, mas não necessariamente agora.

Não tenho de estar frustrada por ter uma mente "fragmentada". Por que raio teria de passar a minha vida a comparar-me com outras pessoas?

Se funciona, ótimo.

O que começou este texto, e que acho que seria positivo terminá-lo com, é "tenho medo de nunca recuperar completamente essa parte de mim."

Que parte me refiro? A confiança? A segurança? A estabilidade? Nem eu sei. É mais como uma área bloqueada do jogo. Não sei se é uma boa analogia, mas é o que me vem a cabeça agora portanto há de ser boa o suficiente. 

O quão fundamental seria desbloquear essa parte para progredir no jogo? E essencialmente, estarei eu disposta em aceitar o desafio?

Sim, a seu tempo. Talvez não agora, mas a seu tempo.


sábado, 19 de março de 2022

daydreams

 would it be awkward to call you and wish you a nice week?
it's a long time to Christmas, in fact, it's almost spring
there are so few excuses I could use to hear your voice
sometimes I feel like I'm out of a better choice

don't you think it's weird loving to hear the birds sing
not like an angry crow, that isn't a melodic thing
they look like fun, I want a friend like that
we would go on adventures, and I would keep them fed

maybe a conversation with God would make me feel better
could ease my repulsion for his greater plan or whatever
do you think he would judge me for my bad wheater 
or would he be more concerned about my short sweater?

do you think the devil is all that terrifying
wicked, evil, or maybe the church is lying?
if we shared a joint with god would it feel like flying?
maybe I'm just now sinning without even trying

I rarely think about the meaning of life, do you think I should?
but I like to feel the sun on my skin, especially when it's cold,
and I like a cool dip in the summer, the smell of the fog, 
the weight of my cats when I'm lying down, it feels like a hug

all these meaningless details, landscape decorations
are the invisible lines that make up the constellations

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

should last

Were aren't supposed to forget how to ride a bike
Or how to swim, or how to walk.
There are a few things that should last.

sexta-feira, 4 de junho de 2021

disclaimer

 Escrevo em vários sítios.

Cadernos, diversos blogs, folhas soltas, guardanapos.

E não me identifico em particular com nenhum texto, talvez na mixórdia que formam juntos.

Mas escrevo em diferentes sítios com diferentes estados de alma, e diria que as folhas soltas e os guardanapos retêm os mais felizes.

Os testes presentes neste blog são só uma fração, só uma parte.


segunda-feira, 26 de outubro de 2020

blinds on my eyes

 it seems strange to say that I am a cold girl

with a frozen heart, me against the world

That I'm distant even so close

too afraid to fail, too afraid to lose


it seems strange because I no longer feel it in me

no more blinds on my eyes, I can actually see

it feels weird because I feel strong and alive

I can feel the road, the wind, and the drive


But I am afraid that one day winter will return

And that I will have had so little time to learn

Afraid that you will not be prepared

And leaving me will seem fair


I feel like I'm living on the good days

wondering if this is just a phase

Having you it's like my place in the sun.

But I love you still when I'm on my moon

sábado, 10 de outubro de 2020

inside close walls
tall and unreachable
made her feel small
and her feel predictable

there's no way above, 
no way around,
and a strict of self-love
tells her to dig the ground

And so she did,
for days and years counting
through tunnels, she kept on walking
until she feels the heart pumping
with fear of emerging
and still, be in that fucking house



 Tell me how you love me  I’ll tell you how to fix it  My mind is not available  My heart is a mystic I hope you find love somewhere Where l...